Definição:
Ruptura do mecanismo extensor terminal, resultando em uma deformidade em flexão da falange distal.
O tendão extensor terminal é formado pela união das duas bandas laterais insere-se no lábio dorsal da base da falange distal. É importante lembrar que a extensão da falange distal resulta tanto da ação do extensor comum como da musculatura intríseca. Uma parte da extensão é fornecida pelo tendão e a outra pelas fibras oblíquas do ligamento reticular.
Mecanismo de trauma
A causa em geral é um golpe com força na ponta do dedo causando flexão súbita. O tendão rompido se retrai e o organismo o repara com formação de fibroblasto local. Se não tratado ele volta a se fixar distalmente porém sem função. Quanto mais distal a lesão, maior a queda da falange. A rotura da cápsula é responsável pelas piores deformidades. Uma avulsão óssea do lábio dorsal da falange distal leva a uma deformidade semelhante.
Epidemiologia
- Incidência: 9.9/100,000 por ano (EUA)
- Most common in middle age
- Mais comum em homens que mulheres 3:2
- Os terceiro, quarto e quinto dedos da mão dominante são os mais frequentemente lesados
- 95% lesão fechada entre esportistas e trabalhadores
As causas mais comuns são:
- práticas esportivas
- quedas sobre os dedos
- batidas de porta
- contra-golpes de máquinas industriais
Radiologia
Devem ser solcitadas radiografias em AP e perfil do dedo lesado, para avaliar lesão tendíndea simples, fratura associada e grau de deformidade.
Classificação:
Tratamento:
Conservador:
- Casos recentes, com menos de 15 dias do trauma
- Ruptura tendínea pura com deslocamento <30º
- Lesão tipo avulsão óssea com deslocamento <30º
- Descolamento epifisário simples redutível
- O tratamento consiste em imobilização contínua em extensão da AIFD com uma tala moldada de Politeno ou alumínio por 6 a 8 semanas.
Cirúrgico:
- Lesões tardias
- Lesão tendínea pura com deslocamento >30º
- Lesão tipo arrancamento com deslocamento >30º
- Fratura intra articular com acomentimento de mais de 1/3 da superfície articular
- Fratura-descolamento epifisário
- Lesões tendíneas puras tardias em geral tem mals resultados e não necessitam tratamento imediato. Já os casos em que há fratura, o tratamento deve ser precoce, afim de evitar artrose. Consite na redução do fragmento articular e fixação com fios de kirschner.
- Casos crônicos inveterados pode se realizar a cirurgia de Brooks-Granner, que consiste na remoção em bloco de uma cunha fusiforme dorsal de 1-2mm base de pele e tecido cicatricial. Coloca-se um fio K para manter a extensão e realiza-se uma sutura em bloco. Mantém-se imobilizado por 6-8 sem quando se retira o fio K.
Complicações:
- Deformidade em botoeira
- Osteoartrite secundária
- Artrose da IFD
- Alteração estética
Prognóstico pós tratamento:
Casos tratados agudamente evoluem com bons resultados.
Casos tardios tratados cirurgicamente geralmente evoluem com perda parcial da função e discreta deformidade em extensão, porém mais funcional que a flexão antes do tratamento.